Audiência Pública discute poluição no distrito de Cachoeira do Vale

por Sabrina Costa Dias publicado 21/09/2023 13h45, última modificação 21/09/2023 13h45

A Câmara Municipal de Timóteo realizou na noite desta quarta-feira (20/09) uma audiência pública que debateu o problema da poluição no Cachoeira do Vale, provocada por empresas instaladas no distrito. Destaque para a questão do excesso de poeira na avenida Belo Horizonte, que tem causado problemas de saúde aos moradores do local e transtornos aos comerciantes.

Requerida pelo vereador Beto do Estofamento, a audiência contou com a presença dos vereadores Vinícius Bim (vice-presidente do Legislativo) e Geraldo Gualberto; do prefeito Douglas Willkys; secretários municipais Eduardo Henrique (Planejamento) e Eduardo Moraes (Governo); e da subsecretária do Meio Ambiente, Lucília Moraes. Também participaram os representantes das empresas Torque Diesel e Comercial Cachoeira do Vale Ltda (CCVL), Everaldo Brás e Valdivino da Cruz Rievert.

Durante a audiência, o vereador Beto do Estofamento comentou que foram convidadas as empresas Aperam, Bemisa e Harsco, contudo, elas não enviaram representantes para participarem das discussões. “É uma pena que as empresas não estejam aqui presentes para ouvirem a insatisfação da população com relação a essa poeira que tem prejudicado a saúde e gerado transtorno aos comerciantes da avenida Belo Horizonte”, desabafou.

Reclamações

A população lotou o pátio da escola estadual José Ferreira Maia, onde o encontro foi realizado e levantou os principais problemas causados pela poeira. “Tenho uma loja de roupas na avenida. Imaginem como ficam as roupas brancas? E as araras? Limpo de manhã e à tarde estão tomadas de poeira. Para nós, comerciantes, é constrangedor, principalmente com clientes que não moram aqui e não conhecem essa realidade. Enquanto esse problema não é resolvido, poderia passar um caminhão pipa com regularidade para amenizar a situação”, ressaltou uma comerciante.

Alguns moradores também apontaram possíveis soluções, ainda que paliativas. Para Renata Oliveira, é preciso intensificar a fiscalização na via. “Muitos caminhões trafegam sem a lona. Acredito que resolveria parcialmente se a prefeitura notificasse as empresas”, pontuou. Uma outra moradora disse que desde 2015 a população tenta buscar soluções para o problema. “Só molhar não resolve. Se for feita uma limpeza nas vias e depois lavá-las, pelo menos uma vez na semana, vai melhorar para a gente”.

Ações

O servidor municipal Kim Valverde, que trabalha no setor de fiscalização, comentou do trabalho desenvolvido para apurar a origem da poeira. “Monitoramos todo o trecho e verificamos que o agregado siderúrgico, que cai das carretas, é o que causa o maior transtorno para a população. O ideal é que se construa uma via alternativa entre a Aperam e a Harsco para que esses veículos não mais trafeguem pela avenida Belo Horizonte, porque não adianta fazer a limpeza e molhar a via; são soluções que amenizam, mas não resolvem o problema”, ponderou.

O prefeito Douglas Willkys também pontuou as ações tomadas pela Administração Municipal para tentar atenuar o problema, tais como a ampliação do quadro de servidores para trabalharem na limpeza pública do distrito; recomposição da equipe, com aumento do número de fiscais municipais; reestruturação do setor de fiscalização, com compra de veículos e equipamentos; aproximação com as empresas na tentativa de encontrar uma solução conjunta. “Temos que buscar um equilíbrio. Precisamos das empresas porque elas geram empregos, mas a população também tem que ter qualidade de vida e saúde”, destacou.

Encaminhamentos

A partir da audiência, ficou definido que, de imediato, a Administração Municipal marcará uma reunião com a Aperam South America, bem como realizará uma campanha educativa ao longo da via, para conscientização das empresas e dos motoristas de caminhão. A outra deliberação foi o encaminhamento de um ofício ao Ministério Público com os apontamentos tirados na audiência.